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A casa das belas adormecidas

Autor

Yasunari Kawabata

Editora

Estação Liberdade

Tradução

Meiko Shimon

Os mamilos pequenos e rosados dos seios brancos da menina e as borboletas brancas esvoaçando no jardim

“ ... Na sebe aparada que se estendia ao longo do caminho de pedras naturais, duas borboletas esvoaçavam no jardim. Ora se escondiam entre a sebe, ora quase tocavam uma na outra, divertindo-se. As duas dançavam ligeiras, entrecruzando-se no ar, quando surgiu uma, e depois outra no meio das folhas aparadas. "São dois casais", pensou Eguchi, quando surgiu uma quinta, e todas esvoaçavam desordenadamente. Começaria uma disputa? Enquanto as observava, muitas outras iam aparecendo, e em pouco tempo, o jardim transformou-se no palco de um bailado ininterrupto de borboletas brancas. Nenhuma delas elevava-se muito alto. E as extremidades dos ramos de um bordo que pendiam abertas balançavam na brisa imperceptível. Embora suas pontas fossem delicadas, suas folhas longas eram sensíveis ao vento. Os bandos de borboletas alvas se multiplicavam como se formassem um campo de florzinhas brancas. Por nela aparecerem somente os pés de bordo, poderia essa fantasia ter relação com a casa das "belas adormecidas”? As folhas de bordo imaginárias eram ora amarelas ora vermelhas, fazendo sobressair ainda mais o branco dos bandos de borboletas. No entanto, toda a folhagem dos bordos da casa já havia caído; era possível haver algumas folhas encarquilhadas ainda presas nos galhos. Nesse momento caía neve misturada com chuva.

Eguchi havia esquecido completamente o frio da neve lá fora. Será que essa ilusão da dança das borboletas brancas se devia à garota ao lado, que lhe permitia contemplar seu peito amplo e branco? Teria essa garota algum poder de expulsar os pensamentos perversos de um velho? Eguchi abriu os olhos. Contemplou os mamilos pequenos e rosados dos seios amplos. Era como se simbolizassem a bondade. Apoiou o rosto sobre o peito dela. Parecia que o calor vinha-lhe aquecer o fundo das pálpebras. Veio-lhe a vontade de deixar sua marca naquela garota. Se quebrasse o tabu da casa, a menina, sem dúvida, sofreria quando acordasse. Deixou algumas marcas de sangue no peito dela, e estremeceu temeroso.”

Mais de

Yasunari Kawabata

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Yasunari Kawabata

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Idealizado por Afonso Machado - Todos os direitos reservados

Design e mentoria por Victor Luna

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