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Assombrações – Dissipando os fantasmas que dirigem nossas vidas

Autor

James Hollis

Editora

Paulus

Tradução

Daniel Françoli Yago’

Recomeçar. Uma vez mais e uma vez mais

“ ... Debaixo do chuveiro, pela manhã, meditei sobre o sonho, sorrindo para seu bizarro conjunto de imagens. Então, uma citação da qual gosto bastante veio à minha mente, e compreendi por que o sonho havia sido apresentado para mim por quaisquer que sejam os poderes que existem. A observação é do novelista William Faulkner, que corta voz opinou que "o passado não está morto, ele nem sequer passado é". Eu, então, compreendi o sentido do sonho no contexto de minha vida presente.

Encontrava-se num ponto de meu processo de envelhecimento, e em minha vida profissional, em que gostaria de desacelerar um pouco. Já queimara os pneus até tocar no aro ou, nas palavras do oeste texano, estava “usado e cansado”. Já havia publicado meu 13° livro e decidido que seria o último! Certamente, a essa altura eu já havia dito tudo que tinha para dizer – os dois últimos capítulos modestamente remetem ao enigma da morte e asseveram que o sentido da vida é descoberto ao longo da jornada, e não no seu destino. O que mais existe para além de tais temas? E, francamente, eu estava cansado de me ouvir falar. Ao mesmo tempo, agora, tal como aconteceu com meus últimos livros, houve ocasionais cotoveladas vindas do inconsciente: um lampejo de uma pintura, um pensamento parcialmente formulado, uma intimação de alguma tarefa acompanhada de uma resposta afetiva. Para mim, escrever é tanto alegria quanto dor, como é para a maioria das pessoas. É a ação mais misteriosa que conheço, a mais onerosa, a mais imperativa e exigente, mas também a mais recompensadora de se fazer, ou melhor, de ter feito... E eu estava absolutamente cansado dela. Como o escritor Thomas Mann certa vez observou, "escrever é uma atividade que é especialmente difícil para aqueles que são escritores", e eu queria uma vida normal, para variar. Que haveria de errado em chegar em casa e conversar mais com a minha esposa, ou assistir ao jogo dos Rockets, ou ler um livro martelado na forja de outra pessoa?”

Antídoto para o medo de falar em público: Comece falando com o complexo

“ ... Periodicamente, alguma agência de pesquisa que está sem o que fazer decide consultar o público para saber quais são seus maiores medos. Repetidamente, o resultado é o mesmo. O medo número um não é morte, não é terrorismo, mas falar em público. Por quê? Todos nós experienciamos a tarefa existencial de agradar "o grande outro". Na medida em que esse outro já chegou a ser um pai ou um responsável dos quais a nossa sobrevivência e bem-estar de fato dependiam, tal imago arcaica, ou complexo, é transferida para o outro amorfo incorporado na audiência.

Como alguém que é profundamente introvertido, e que viaja e fala bastante para o público, eu aprendi a lidar com esse medo conversando de antemão com meu complexo. Eu faço isso de duas maneiras. Primeiramente, eu me recordo de não permitir que o complexo coloque um peso na situação: "Essas pessoas não estão aqui para vê-lo ou julgá-lo. Elas estão aqui para buscar ajuda para viver suas vidas. Se você tiver aprendido algo que possa ser compartilhado, poderá ser de ajuda para que as pessoas vivam suas vidas. É por isso que elas estão aqui, não por você!” Eu realmente digo reservadamente isso a mim mesmo. E vou lá cutucar um cachorro que dorme no porão: eu me recordo de que venho de uma família oprimida pela falta de educação, de oportunidade, de permissão para falar neste mundo, e que eu, filho e neto, agora tenho a possibilidade de falar em nome deles, que não podiam. Isso me supre o bastante para que eu supere o medo do palco. Na realidade, invoco um complexo para enfrentar o outro, constritivo.

Ambas as estratégias são tentativas de se preparar para o complexo, pois, como o tubarão do filme homônimo, ele está sempre circulando abaixo de mim, esperando para atacar em um momento inesperado. Na primeira estratégia, retiro-me do complexo ao definir sua perspectiva limitada. O novo momento e quase sempre maior e mais devidamente equipado de possibilidades do que a alçada constritiva do passado. Na segunda estratégia, uso um complexo para abater outro. Embora possa ser perigoso convidar os cães adormecidos para virem rosnar fora do porão, as velhas injustiças, a vergonha e a negação, têm muito mais poder do que as ansiedades do momento presente. Como resultado, as pessoas dizem repetidamente para mim: "Deve ser fácil para você, você parece tão calmo”. Mas as reais batalhas de nossas vidas são quase sempre internas e são travadas muito antes de chegarmos ao pódio.”

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James Hollis

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James Hollis

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Daniel Françoli Yago’

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