Como um Romance
Autor
Daniel Pennac
Editora
Rocco
Tradução
Leny Werneck
A descoberta de um prazer que não pode esperar
“ … E obrigado também, senhores Márquez, Calvino, Stevenson, Dostoievski, Saki, Amado, Gary, Fante, Dahl, Roché, vivos ou mortos! Nenhum, entre esses trinta e cinco refratários à leitura, esperou que o professor terminasse qualquer de seus livros para terminá-lo antes dele. Para deixar para a próxima semana um prazer que se pode ter numa noite?
— Quem é, esse Süskind?
— Ele está vivo?
— O que mais que ele escreveu?
— Foi escrito em nossa língua, O perfume? Podia se dizer que foi. (Obrigado, obrigado, senhoras e senhores da tradução, luzes de Pentecostes, obrigado!)
E as semanas passando… - Formidável, Crônica de uma morte anunciada! E Cem anos de solidão, professor, conta o quê?
— Oh! Fante, professor, Fante! Pergunte ao pó! É verdade que é terrivelmente engraçado!
— Toda a vida pela frente, Ajar… enfim, Gary…Super!
— Ele é demais, o Roald Dahl! A história da mulher que mata o homem dela com um golpe de pernil congelado e depois faz os caras da polícia comerem a peça de acusação, me fez explodir de riso!
Que seja, que seja… as categorias críticas não estão ainda afinadas… mas isso virá… deixemos ler… isso virá…
— No fundo, professor, O visconde partido ao meio, O médico e o monstro, O retrato de Dorian Gray tratam mesmo assunto: o bem, o mal, o duplo, a consciência, a tentação, a moral social, todas essas coisas, não é?
— É sim.
— Raskolnikov, a gente pode dizer que é um personagem “romântico”?
Como se vê, isso vem. ”