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Memórias de um casamento

Autor

Louis Begley

Editora

Companhia das Letras

Tradução

Rubens Figueiredo

A mãe que vê o filho como um fracassado, e a outra que sentiria orgulho de ser a mãe dele

“ ... Que mulher horrível!, disparou Jane. Você não imagina como ela o aterrorizou! Thomas, que dominava qualquer reunião a que comparecesse, que hipnotizava os diretores de grandes empresas, os maiores banqueiros, políticos, ministros, tinha vontade de se esconder, de se agachar embaixo do móvel mais próximo que houvesse, quando Lucy telefonava, e como na maioria das vezes era sobre o Jamie que ela queria falar, não havia meios de Thomas se recusar a atender o telefone. Você sabe como a voz dela é alta. Eu não podia deixar de entreouvir, a menos que eu saísse da sala, e Thomas me fazia gestos desesperados para que eu ficasse. Então Thomas, dizia ela, será que você não entende isso e aquilo? Então Thomas, não se faça de bobo, você sabe que tenho razão, o Jamie precisa disso ou daquilo. Não, não existe outro modo. Ou: Você não percebe como está desestabilizando o Jamie? Ela usava esse irritante palavrório psicológico com ele, como se ela tivesse estudado nos joelhos de Freud, em vez de gastar incontáveis anos e dinheiro no sofá de um psicanalista ridículo em Central Park West. O dr. Peters acha isso, o dr. Peters pensa aquilo, escute Thomas, o dr. Peters está preocupado com a autonomia de Jamie! Eu ficava enjoada só de ouvir essas coisas.

De fato ela me disse que Jamie é um fracasso. É mesmo muito ruim saber disso; recordo que o Jamie era um menino muito simpático e, depois, um adolescente bonito e gentil.

Não deixe que a maledicência dela também faça você se voltar contra o Jamie. Continua um homem bom de verdade, doce e gentil, e só é um fracasso se você achar que todo roteirista é um fracasso se não ganha o Oscar ou se não escrever algo equivalente a série A família Soprano! Ele se saiu muito bem em Sundance e em Toronto e agora mesmo tem alguma coisa lá em Cannes. Está ganhando a vida e gosta do que faz. Claro, Thomas o ajudou e o dinheiro que deixou para ele aliviou a pressão. O que há de errado nisso? O que um pai deve fazer com seu dinheiro? A verdade é que ele gostava do que Jamie escrevia e compreendia como seria tolo dizer: Escute, garoto, você devia escrever melhor ou ser mais comercial ou, se não consegue escrever melhor e ganhar mais dinheiro, então pelo menos aprenda a fazer contas que eu arranjo um lugar para você trabalhar na minha empresa! Thomas e Jamie tinham um relacionamento realmente muito bom. Jamie confiava nele. Uma parte disso respingou em mim. Ele também confia em mim. E quer saber de uma coisa? Eu gostaria que ele fosse meu filho.”

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