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Sempre a mesma neve e sempre o mesmo tio

Autor

Herta Müller

Editora

Globo

Tradução

Claudia Abeling

A voz áspera da mãe reforçando a delicadeza. A pergunta, como prova de carinho e proteção

“... VOCÊ PEGOU UM LENÇO?, perguntava mamãe todos os dias junto ao portão da casa, antes de eu sair para a rua. Eu não tinha um lenço. E, como não havia pegado, eu voltava mais uma vez até o quarto e pegava um. A cada manhã eu não levava um lenço, porque a cada manhã eu esperava pela pergunta. O lenço era a prova de que mamãe me protegia pela manhã. Nas horas e coisas posteriores do dia eu precisava me virar sozinha. A pergunta VOCÊ PEGOU UM LENÇO? Era um carinho indireto. Um carinho direto seria constrangedor, os camponeses não são assim. O amor se disfarçou em pergunta. Apenas dessa maneira podia ser dito secamente, quase no tom de uma ordem ou como os movimentos do trabalho. O fato de a voz ser áspera até reforçava a delicadeza. A cada manhã eu aparecia uma vez no portão sem lenço, e uma segunda vez com lenço. Só então eu saía para a rua, como se mamãe também viesse com o lenço.“

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Herta Müller

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